Lançamento do livro República e democracia: impasses do Brasil contemporâneo (06/11 às 16h no IFCS/UFRJ)

Gostaríamos de convidá-los para o lançamento do livro República e democracia: impasses do Brasil contemporâneo (Ed. UFMG, 2017), que ocorrerá durante o IV Seminário da Biblioteca Virtual do Pensamento Social, às 16h do dia 8/11 (quarta-feira) na sala 109 do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ.

Para a mesa de lançamento, contaremos com a participação de Maria Inés de Torres (Udelar-URU), José Ricardo Ramalho (UFRJ), Robert Wegner (Fiocruz), André Botelho (UFRJ) e Antonio Brasil Jr. (UFRJ), com a mediação de João Marcelo Maia (FGV-RJ).

Quarta capa do livro:

Reunindo especialistas de diferentes áreas, e orientações, desafiados pelos acontecimentos em curso desde o Impeachment da presidente Dilma Roussef em 2016, a coletânea propõe uma visão de conjunto sobre o contexto político, cultural e social contemporâneo brasileiro. Mobiliza para isso parte significativa do que de melhor a universidade tem a dizer, dando perspectiva ao momento presente e, assim, trazendo à tona elementos decisivos dos processos de mais longa duração que a conjuntura ainda esconde. É, assim, um livro de intervenção que se apoia em pesquisas acadêmicas rigorosas, um gênero escasso no Brasil de hoje, onde sobram convicções à direita e à esquerda, mas parecem faltar boas perguntas.

Orelha do livro, por (Nísia Trindade Lima, Presidente da Fundação Oswaldo Cruz e Coordenadora da Biblioteca Virtual do Pensamento Social.

Promover o exercício da crítica no espaço universitário e propor a intervenção dos intelectuais é a ambiciosa aposta dos autores que se dedicam neste livro a pensar os impasses do Brasil Contemporâneo. Trata-se de uma incursão, em perspectiva sócio-histórica, sobre a sociedade, o Estado e a cultura brasileira, de modo a iluminar o presente e o futuro do país. Ainda que o tema da crise – política, social e institucional – seja tema recorrente, o que se oferece ao leitor transcende os limites das análises de conjuntura e cenários alternativos. A partir dos desafios postos no presente e das incertezas sobre os rumos da democracia, Heloisa Starling e André Botelho, organizadores da coletânea,  inspiram-se em Florestan Fernandes em sua análise de A sociologia numa era de revolução para refletir sobre a perplexidade experimentada pelos especialistas no estudo da sociedade brasileira diante dos descaminhos da república e da experiência democrática. Fazê-lo implica problematizar a imaginação social e política sobre o passado e o presente do Brasil, rompendo com modelos lineares de interpretação.

Por um paradoxo derivado desses descaminhos e do agravamento da crise brasileira, o livro é o resultado do seminário Impasses do Brasil Contemporâneo: Público privado: imaginação, sociabilidades, conflitos, comemorativo dos 15 anos do Projeto República. Paradoxo, em termos, uma vez que o agravamento da crise política interpelou todos os autores convidados para exercerem a crítica em sua dimensão mais ampla, escapando aos sectarismos e certezas de ocasião. Mas sem dúvida, todos os participantes esperavam uma comemoração menos marcada pela gravidade da experiência política em curso, ainda que realizá-la tenha sido a melhor forma de reafirmar o compromisso a um só tempo intelectual, político e moral, base da atuação do Projeto República e da Biblioteca Virtual do Pensamento Social (BVPS). Não se poderia esperar ação diversa, pois ambas as iniciativas têm como objetivo promover pesquisa e organizar memória documental sobre as múltiplas experiências de imaginação social e política.  No caso do “República”, como é carinhosamente chamado, trata-se de resgatar e rediscutir a questão republicana no Brasil, com base em importante núcleo sediado na UFMG.  A BVPS, por sua vez, está apoiada em uma rede cooperativa de pesquisadores e instituições que, sob coordenação da Fiocruz, promove a difusão científica das pesquisas dedicadas às interpretações do Brasil.  A promoção conjunta do seminário do qual resultou a presente obra reforça uma colaboração intelectual orientada pela valorização do papel do intelectual no espaço público.  Este princípio orientou os convites, respondidos de modo diverso, mas sempre agudo e pertinente, por cada um dos autores dos capítulos aqui reunidos.

Cada um a seu modo traz importante contribuição para que se pense os caminhos e alternativas para a vida política e a efetiva construção da democracia na experiência brasileira. E onde há liberdade de pensamento sempre se manterá acesa a esperança.

(Nísia Trindade Lima, Presidente da Fundação Oswaldo Cruz e Coordenadora da Biblioteca Virtual do Pensamento Social)

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