
Ao longo desta semana, o Blog da BVPS publica uma série de resenhas dos três volumes de Imprensa, história e literatura: o jornalista escritor, de Isabel Lustosa e Rita Olivieri-Godet (orgs). No post de hoje, sobre o primeiro volume da publicação – Dezenove: o século do jornal – trazemos a leitura de Tania Bessone (UERJ/IHGB). Na próxima quarta-feira, será a vez de Márcia Abreu (Unicamp), que escreverá sobre o segundo volume; e, na sexta-feira, encerraremos a série com uma resenha do terceiro e último volume dos livros por Antonio Herculano (Casa de Rui Barbosa).
Boa leitura!
Resenha de Imprensa, história e literatura: o jornalista escritor, Vol. 1: Dezenove: o século do jornal
Organização: Isabel Lustosa e Rita Olivieri-Godet
Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa/7Letras, 2021, 3 v.
por Tania Bessone (UERJ/IHGB)
A publicação Imprensa, história e literatura: o jornalista escritor reúne um conjunto excepcional de temas e autores e permite a divulgação de abordagens inovadoras sobre o papel dos jornais como fonte, objeto e temáticas. A coleção, opto por assim denominar essa obra publicada em três volumes, tem a chancela da Casa de Rui Barbosa e da Editora 7 Letras, e foi organizada por Isabel Lustosa e Rita Olivieri-Godet. Consolida-se nela a tradição de diversos seminários e debates que foram realizados no Brasil, na Casa de Rui Barbosa, e na França, quando uma das organizadoras do livro, Isabel Lustosa, esteve como responsável pela Cátedra Sérgio Buarque de Holanda e posteriormente como professora convidada na Universidade de Rennes. A linha condutora da publicação se dá a partir do diálogo entre pesquisadores convidados de diversos países, brasileiros, latino-americanos e europeus.
A multiplicidade de textos e reflexões enfatiza as trajetórias de escritores jornalistas e evidenciam a importância da imprensa ao longo do século XIX, como bem representada no título do volume I, Dezenove: o século do jornal. A reunião de autores europeus, latino-americanos, americanos e brasileiros contribui para a realização de um livro de excepcional qualidade, formando um total de 19 excelentes artigos que transmitem aos leitores um panorama riquíssimo de reflexões sobre a importância dos jornais ao longo do século XIX.
Imprensa, jornalismo, literatura e história formam um conjunto multifacetado de abordagens, variando em nuances, tradições e perspectivas. Os diversos estudos reunidos nesse primeiro volume demonstram o caráter excepcional do jornal e do jornalismo como fonte documental. A multiplicidade de olhares reunidos nas quatro partes do primeiro livro da coleção, intitulados respectivamente: Amor e rejeição: o ofício de jornalista na França, Inventando um Brasil nas páginas periódicas, Romancistas da Imprensa e Variações Internacionais, é revigorante para os mais diversos tipos de leitores. Os textos trazem à baila estudos relacionados ao papel de Balzac como jornalista; o impacto dos usos da caricatura nas carreiras de jornalistas escritores; os desafios quanto à liberdade de imprensa; e o enfrentamento do exílio na trajetória de vida de muitos jornalistas e escritores, tendo como contexto toda a efervescência dos acontecimentos políticos e literários da sociedade francesa à época.
Marie-Ève Thérenty nos apresenta Balzac na busca pela realização de uma “obra-mundo” e sua incomparável energia para atingir a amplidão de uma “obra literária que tenta criar um mundo fechado, totalizante e completo, a partir de uma vontade um pouco megalômana da representação, da decifração e a elucidação do mundo real”, mas que tem na imprensa o território da experimentação inicial. Analisa o universo que Balzac cria e apresenta uma coleção de “tipos jornalísticos” e as mais diversas formas de mistificações existentes na imprensa desde o canard, a notícia falsa, a propaganda disfarçada, enfim, um mundo que pode ser descortinado e reconhecido por nós leitores do século XXI. A autora demonstra como era profunda a integração da obra jornalística à feitura da Comédia Humana em Balzac.
O periodismo e o processo de construção da identidade de autores que tinham múltiplas funções, em seu tempo, aparece no segundo texto, de autoria de Nikol Dziub. Trata-se de um tema especialmente importante na imprensa do século XIX: a presença da caricatura e as desditas dos caricaturistas, vistos muitas vezes pelo tribunal da literatura como escritores “falhados”. Periodistas que não consolidaram suas trajetórias como homens de letras, ou mesmo memorialistas que se pretendiam historiadores, narrando, a partir de seus desenhos e caricaturas, a epopeia de homens que lutavam para se inscreverem no panteão literário em construção como autores, jornalistas, publicistas e memorialistas de suas próprias trajetórias, registrando as nuances entre os fatos cotidianos, a História e os antagonismos políticos.
Um terceiro texto, de Corinne Doria se debruça sobre os limites da liberdade de imprensa na França da época da restauração. Diante da pergunta “Qual Liberdade para os jornais?” demonstra como os impressos no período foram objeto do maior número de leis, ordens, decretos e despachos e se tornaram um tema candente, com todos se digladiando para impedir ou tentar impedir que se ampliasse a impopularidade dos governos desse período através das críticas impressas. Toda essa fúria legiferante explicita a importância dos jornais à época.
Les hommes de l’exil de Sylvie Aprile traça o panorama de angústias e dificuldades de escritores franceses que viveram no exílio, entre os anos 1850 e 1860, e seus esforços para publicarem, serem lidos e manterem-se ativos enquanto tudo lhes era tirado: financiamentos, público e sociabilidades. Apesar de pertencerem ao círculo de Victor Hugo, não tinham naquele período o público leitor nem o reconhecimento de seu principal expoente. Mesmo assim constituem um grupo de observação privilegiado e conseguiram de alguma forma estabelecer uma comunidade que definiu marcos de um jornalismo transacional e transatlântico. Destaca no texto o papel de Charles Ribeyrolles e a produção de uma obra importantíssima para a história do Brasil: Le Brésil Pittoresque, publicada em coautoria com Victor Frond, em 1860.
Iniciando a parte II do livro, temos um saboroso texto de Isabel Lustosa no qual José Agostinho de Macedo, o “maníaco literário”, aparece com destaque em meio a enormes polêmicas que travou com Pato Muniz e Hipólito da Costa. Personagem controverso, apresentado com todas as nuances que merece, revela-se um jornalista/escritor com sentido de humor e aptidão para usar um estilo coloquial, trazendo no bojo de seus textos toda a verve de um crítico literário precoce. Os debates são intensos e calorosos, chegando ao ponto de se desdobrarem na constituição de novos jornais que exploram quase que exclusivamente críticas a José Agostinho, com as devidas reações deste autor. Em um cenário de importantes questões políticas, contendas com liberais e maçons, financiamentos de jornais, censura e trocadilhos saborosos, bem ao gosto do estilo de José Agostinho, o texto descortina o universo da imprensa e da vida literária em Portugal de maneira primorosa.
Pedro Meira Monteiro é o autor do texto que analisa a figura do visconde de Cairu, os limites da boa razão, o impulso utópico e a linhagem do jornalismo conservador, no qual discute as origens da formação intelectual do autor, sua importante trajetória dentro da elite colonial, desde os estudos realizados na Universidade de Coimbra. Bacharel em Direito Canônico e Filosofia, ocupou posteriormente cargos políticos relevantes, antes e depois da Independência. O texto põe em relevância o pensamento de Cairu e seu papel de publicista – dentro da linha condutora do livro, isto é, analisa seu papel como “escritor jornalista” -, cuidando para explicitar o pensamento do visconde sem reduzi-lo a um “reacionário” ou torná-lo mais agradável a uma leitura contemporânea. Pedro Monteiro nos apresenta então um personagem rico em nuances, introdutor do pensamento liberal no Brasil, e desvenda os diálogos de Cairu com La Rochefoucauld, suas máximas, sua concepção de moral e civilização, seus princípios do que chamou de “súmula do pensamento conservador”.
Januário da Cunha Barbosa é uma biografia incontornável para entendermos a imprensa, a vida cultural e os mais diversos empreendimentos que ele capitaneou nos seus 76 anos de vida. Maria Eurídice Moreira nos apresenta esse lutador incansável pelas letras, pela história, pela rotina de sua vida religiosa, por sua formação multifacetada e a tenacidade em consolidar instituições tão diversas como a Sociedade da Indústria Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico, do qual foi secretário perpétuo. A autora aprofunda nosso conhecimento sobre a biografia de Januário da Cunha Barbosa e destaca seu reconhecimento referindo-se a uma citação de Antonio Candido na Formação da Literatura Brasileira que diz “primeira e modesta tentativa de um brasileiro não, no sentido de mostrar que exista literatura no Brasil, e com o evidente intuito de trazer reforço ao movimento de autovalorização da jovem pátria”.
O estudo apresentado por Manuel Vinicius Nogueira Soares trata da figura de Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de Milícias, suas lutas pessoais e a opção pelo jornalismo, apesar das dificuldades e penúrias com as quais se defrontou em sua curta vida. O autor esmiuça as tentativas de equacionar as tarefas de jornalista, com a de romancista, poeta, libretista e o muito tardio reconhecimento da importância desse seu romance único. Analisa a inserção das publicações na Pacotilha, seção dominical do jornal Correio Mercantil, e posteriormente os percursos das diversas edições das “Memórias”. Publicação que começou de forma seriada, em diversos capítulos por semana e depois se estruturou em um livro de relativo impacto à época. Nogueira Soares atribui a inúmeras circunstâncias o apagamento da obra, do que chamou “um jornalista que escreveu um romance”. O descaso da crítica ao longo do século XIX permitiu um certo esquecimento sobre as atividades jornalísticas e literárias de Manuel Antonio de Almeida. Apesar de ter passado por diversas edições, o ressurgimento da importância do livro aconteceu no século XX, a partir do prefácio de Mário de Andrade, em 1941, quando foi dado o destaque à excelência da obra, reavivando por parte de críticos, editores e leitores o interesse por ela.
No capítulo seguinte, Marisa Lajolo aparece com um texto cheio de saborosas referências, no qual abandona a figura do poeta e se concentra em Gonçalves Dias como jornalista. Apresenta seus percursos como cidadão do mundo, as amizades em meio aos grandes de seu tempo, sempre focalizando o viés de periodista que teve ao longo de sua trajetória. Dialogando com uma publicação de Luís Antonio Giron, Crônicas reunidas de Gonçalves Dias (2013) a autora procura escandir os diversos pseudônimos que o poeta usou nas suas atividades jornalistas. Transitando por inúmeros jornais, publicações diárias ou não, mas sempre com a preocupação de capturar a atenção dos leitores, sobretudo nos textos de folhetinista que ampliam sua inserção na imprensa do Rio de Janeiro. Assuntos diversos, histórias picantes, lamentos pela ausência ou fim do folhetim teatral com o qual encantava suas leitoras, Marisa Lajolo nos apresenta um primoroso quadro de um poeta-folhetinista-cronista que produziu abundantemente como jornalista escritor, sempre tentando fugir das agruras da vida de um literato no Brasil da época.
A parte III do livro é dedicada aos Romancistas da Imprensa e retoma autores importantes para a literatura no Brasil, destacando aspectos menos estudados de seus perfis biográficos na relação que é a linha mestra a alinhavar o conjunto de textos do livro, o jornalista-escritor ou o escritor-jornalista. Estão reunidos, em estudos de autoria de Juliana Maia de Queiroz, Eduardo Vieira Martins, Martha de Senna e Lúcia Granja, autores-ícones do período, pela ordem dos capítulos Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis.
Joaquim Manuel de Macedo tem seu viés de polígrafo esmiuçado, ampliando a abordagem autor/obra/público para compreender os diversos papéis sociais que desempenhou como médico, deputado, ministro, teatrólogo, poeta, romancista e redator de crônicas, além da participação em cerca de 12 periódicos, com ênfase em sua inserção no Jornal do Commercio. Muitos destes textos foram reunidos em livros, com destaque para as muito citadas Memórias da Rua do Ouvidor (1878) deixando sua relação entre imprensa e literatura muito evidente.
José de Alencar teve a atuação na imprensa destacada, bem como a relação que manteve ao longo da vida transitando entre as atividades de jornalista, escritor, homem público. Todo esse desempenho é apresentado a partir do trocadilho embutido no título do artigo: “José de Alencar, do folhetim ao romance em Cinco Minutos.” Alencar estreou nas letras com a produção de folhetins, e percorreu, ao longo da vida, por temas tão diversos como debates políticos e literários, jurisprudência, crônicas sobre fatos cotidianos da Corte, construindo e consolidando uma carreira que entrelaçou atividades múltiplas de jornalista, romancista, teatrólogo e censor.
Marta de Senna, incansável estudiosa de Machado, usa essa mesma adjetivação, incansável, para apresentar o trabalho efetivo e engajado do imenso escritor e romancista na sua faina de atividades de periodista. A autora demonstra a prolífica produção de Machado na imprensa e analisa diversas questões importantes quanto às edições. Erros tipográficos e a falta de fidelidade a publicações originais, os cuidados e as obsessões de Machado de Assis, como por exemplo, suas leituras de Shakespeare e a crítica social que expões em suas posições antiescravagistas.
Marta de Senna dialoga com Lúcia Granja, autora do artigo seguinte que apresenta “Machado antes do livro, o trabalho em jornais”. Destaca e aprofunda a relação entre literatura e jornalismo no século XIX, duas forças associadas à produção literária e a importância de estudos que observem de maneira ampla os significados dessa relação. A “civilização do jornal” tal como cunhou o historiador francês Dominique Kalifa fica evidenciada e permite a compreensão do papel de Machado nesse contexto. A autora destaca também a relação de Machado com seu principal editor, Garnier, e como a fixação da personalidade literária de Machado se deu no contexto da consolidação do suporte midiático por excelência no século XIX, o jornal.
A última e não menos importante subdivisão do livro, Parte IV, intitula-se Variações Internacionais e focaliza autores estrangeiros, cânones da literatura mundial. Percorre universos tão diversos quanto ricos, desde as viagens biográficas de Robert Southey, os textos híbridos de Charles Dickens, as artes pragmáticas de Domingo Faustino Sarmiento, Dostoiévski e o jornalismo como ganha pão, até a poética jornalística de Leopoldo Alas, pseudônimo “Clarín” que encerra o volume.
Karen Racine debruça-se sobre a trajetória do poeta romântico inglês que escreveu, traduziu e editou um número significativo de obras que abrangem a história e a cultura da Espanha, de Portugal, de países da América espanhola e do Brasil, responsável pelo primeiro livro sobre História de Brasil em língua inglesa. Southey foi colaborador assíduo na revista The Quarterly Review, de tendência conservadora, escreveu imensas biografias, formou uma excepcional biblioteca de 30 mil volumes e se tornou autoridade reconhecida quanto aos estudos referentes ao mundo luso-hispânicos. No texto, Racine nos apresenta um autor altamente multifacetado a quem chamou de historiador jornalista, com o viés de biógrafo romântico por excelência. A sua chancela em uma biografia era tão marcante que muitas delas passaram a ser editadas com os títulos informando “By Southey”. A autora enfrenta o desafio de recortar a trajetória e a biografia de Southey demonstrando sua competência em superar armadilhas sempre presentes nesse tipo de estudo e ultrapassando dificuldades para não misturar vida e obra.
Thierry Goater analisa a experiência jornalística de Charles Dickens como fundamental na sua vida de escritor. Dickens, identificado pelo autor como pertencente a uma longa linhagem de escritores jornalistas ingleses, se ocupou de maneira frequente em escrever para diferentes tipos de jornais e revistas, e nas duas últimas décadas de vida fundou e dirigiu dois importantes periódicos. O autor analisa esses Esboços (Sketches) escritos por Dickens, quando ainda muito jovem, em jornais e depois publicados com sucesso em livros. Os Esboços formam uma análise acurada sobre a sociedade inglesa, com destaque para o cotidiano em Londres, e têm uma natureza híbrida que transita entre a escrita referencial e ficcional, razão pela qual o autor pode demonstrar as relações entre jornalismo e literatura nos textos de Dickens.
Domingo Faustino Sarmiento e suas artes pragmáticas recebe as reflexões e análises de Hernán Pas quanto ao papel de Sarmiento como redator e publicista do jornal El Progreso. Á época o Chile possuía 4 periódicos em vigência em Valparaiso e um na capital, El Semanario de Santiago. O texto trata de todas as iniciativas, esperanças e dificuldades enfrentadas por Sarmiento no processo de implantação e sobrevida do periódico, os novos recursos tipográficos que introduziu, suas estratégias para superar as inúmeras e crescentes dificuldades como redator, recorrendo a folhetins, tudo que tornasse as vendas dos exemplares mais sólidas, além da necessidade de tornar o El Progreso um jornal sedutor, que permitisse a captação de público em meio a uma população iletrada. Os inúmeros investimentos pessoais de Sarmiento pela existência de uma imprensa dinâmica unem sua capacidade literária com o do periodista incansável. E a relação imprensa, história e literatura/jornalismo e produção literária ficam evidentes nesse excelente texto.
Bruno Barreto Gomide e Priscila Nascimento Marques nos apresentam Dostoiévski e seus vínculos com o jornalismo, dentro de uma perspectiva pouco estudada e fundamental no contexto oitocentista russo. Em uma aproximação com o que foi analisado em outros textos do livro, demonstram que a obra ficcional de Dostoiévski é profundamente ligada ao jornalismo tanto do ponto de vista literário – pois foi inaugurada em jornais russos da época – como também pela atuação do autor em jornais de outros editores, além das iniciativas de criação de periódicos próprios. O texto nos guia pelos meandros e dificuldades enfrentadas pelo autor russo, o excesso de trabalho, a censura, as peculiaridades de toda a engrenagem editorial, os experimentos inovadores, a falta de recursos e de leitores e assinantes, os investimentos fracassados no caldo de cultura da relação entre jornalismo e literatura na Rússia do oitocentos. E em uma citação de Zakhárov, resume bem o argumento central: “O jornalismo e a literatura não eram para Dostoiévski esferas de atividades diferentes, mas a esfera da criação, da atividade do autor, do poeta…” (p. 309)
O último e extraordinário texto de Jean-François Brotel, “A poética jornalística de Clarín: o exemplo dos contos” nos remete às circunstâncias do periodismo na Espanha e da extraordinária figura do polímata Leopoldo Alas “Clarín”. Autor de famosa novela La regenta (1884-1885), era também jornalista, crítico literário, contista, dramaturgo, poeta e professor de Direito. Aqui se destaca não só o diálogo entre a matriz midiática e a escrita jornalística, mas também o que o autor denomina o “duplo impulso” presente em Clarín ao publicar seus contos em periódicos para depois reuni-los com sucesso em livros que marcam seus leitores até a atualidade.
Com esse magnífico texto conclui-se a coletânea, que possui excelentes paratextos, com destaque para as informações sobre os autores e tradutores. Esse primeiro volume da coleção é um indicador de como as organizadoras foram rigorosas com suas escolhas e produziram uma edição tão importante para os estudiosos do tema e para os leitores em geral.