Notas sobre um livro esquecido de Walter Benjamin (em um instante de perigo), por Andre Bittencourt

No post de hoje, em homenagem aos oitenta anos da morte de Walter Benjamin (1892-1940), o editor do Blog da BVPS Andre Bittencourt escreve sobre um livro esquecido do filósofo. Sem tradução no Brasil, Deutsche Menschen (1936) convida o olhar para a importância da tarefa de construção da memória, não como nostalgia mas como antecipação; como possibilidade de criar novos começos e esperanças em que se tecem passado, presente e futuro diante da emergência. O livro, composto de cartas escritas entre personagens alemães de todos os tipos, desempenha o papel de arrancar a tradição ao conformismo diante do dilúvio que transforma a cultura em ideologia e tenta separa-la de seu potencial de revolta.

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Boa leitura!

Notas sobre um livro esquecido de Walter Benjamin (em um instante de perigo)

por Andre Bittencourt [i]

Só à noite enxergamos claro.

“Perspectivas”, Sérgio Buarque de Holanda

I

Primavera de 1931. O jornal alemão Frankfurter Zeitung começa a publicar uma série de vinte e sete cartas de personagens alemães – nem todos muito conhecidos – dos séculos XVIII e XIX, com uma breve introdução anônima a cada uma delas. Menos de um ano antes o Partido Nacional Socialista alcançava uma vitória avassaladora e surpreendente nas eleições federais, aumentando de 12 para 107 seu número de assentos, tornando-se a segunda maior força política no parlamento. Outono de 1936. A editora suíça Vita Nova, gerida por Rudolf Roessler, um importante espião anti-nazista, publica o livro Deutsche Menschen, uma compilação daquelas cartas, agora com a assinatura de um certo Detlef Holz. Naquele mesmo ano a Renânia é militarmente ocupada, o Reichstag fica inteiramente na mão dos nazistas e os jogos Olímpicos transcorrem no verão de Berlin.

Detlef Holz era o pseudônimo utilizado por Walter Benjamin e Deutsche Menschen é possivelmente seu livro menos conhecido. O título tem versões diferentes nas três línguas em que consegui acessar o texto: em espanhol é Personajes alemanes, em francês simplesmente Allemands e, em inglês, German Men and Women. O que me fascinou particularmente quando li pela primeira vez sobre a existência do livro era a incongruência entre o caráter aparentemente prosaico de um compilado de cartas de figuras alemãs de mais de um século atrás com a urgência política do momento em que ele era escrito e, mais do que isso, a prioridade que Benjamin conferia à publicação.

Deutsche Menschen foi o livro de Benjamin que mais rapidamente conseguiu ser publicado e sua correspondência demonstra as expectativas que o autor alimentava.[1] Lembremos que a partir de 1933 ele vivia exilado por conta da perseguição aos judeus na Alemanha, passando temporadas em Sanremo (Itália), na casa de Bertolt Brecht na Dinamarca, em Ibiza (Espanha) e, principalmente, em Paris, onde mora, só no período 1933-1936, em sete endereços diferentes, dada sua penúria financeira.[2] A ideia do livro, no entanto, já existia desde 1932, quando revela melancolicamente a seu amigo Gerhard Scholem o projeto de quatro grandes obras que deveriam tomar os próximos anos de sua vida, marcada por “vitórias de pequena escala” e “derrotas de grande escala”, como se auto-descreve: o livro das passagens parisienses, uma coletânea de ensaios sobre literatura, o livro de correspondências e um “livro excepcional” sobre o haxixe, que solicitava a Scholem manter em segredo[3]. Desses quatro projetos tão importantes apenas Deutsche Menschen materializou-se e, mesmo assim, não inteiramente. Como também explica a Scholem algum tempo depois, seu objetivo inicial era dobrar o número de cartas publicadas no Frankfurter Zeitung, algo que o editor considerava inviável. Além do mais, o livro precisava ser camuflado, o que justificaria o uso do pseudônimo tipicamente alemão, o título aparentemente patriótico e mesmo a tipografia da capa, propositalmente concebida em estilo gótico.

Capa da primeira edição de Deutsche Menschen, 1936.

II

Mas qual seria a urgência e o perigo de um livro que compilava antigas cartas alemãs? Se, por um lado, há figuras realmente importantes, como Hölderlin, os irmãos Grimm, o chanceler von Metternich e Goethe, a maior parte é escrita por personagens médios ou menores, como por exemplo Johann Voss, que “não era uma figura extraordinária”, segundo Benjamin, ou Johann Seume, que “não era um grande poeta, algo sobre o qual não se tem dúvida”. Mesmo quando eram gigantes da filosofia a receberem cartas os seus remetentes são muitas vezes figuras obscuras. A Kant é endereçada uma de seu irmão e Nietzsche recebe conselhos de Franz Overbeck, um professor de teologia da Basiléia. Theodor Adorno, em um posfácio que escreveu para a edição de Deutsche Menschen dos anos 1960, chega a ressaltar que são antes as intenções de Benjamin do que os documentos (alguns considerados por ele verdadeiramente medíocres) que fazem a importância do livro[4]. É difícil discordar, e vamos chegar a essas intenções adiante, mas vejamos brevemente algumas destas cartas.

Comecemos pela primeira, datada de 1832, escrita pelo compositor Carl Zelter ao chanceler von Müller. O contexto é a morte de Goethe, que acabara de ocorrer. Em cinco telegráficos parágrafos Zelter dá notícia do falecimento e expressa seu enorme sofrimento pela morte do amigo. Um trecho é particularmente tocante:

Eu tenho apenas um pedido: não pare de me honrar com suas gentis mensagens. Você julgará bem o que eu dou a entender, uma vez que é consciente da relação inquebrantável entre dois amigos íntimos, sempre unidos em suas naturezas, mesmo que distanciados em suas vidas diárias. Eu sou como uma viúva que perde o marido, seu mestre e provedor. No entanto, não devo enlutar-me. Devo maravilhar-me com as riquezas que ele trouxe para mim. Tal tesouro eu devo preservar, e converter as rendas em capital[5].

E essa é basicamente a carta selecionada por Benjamin: a notícia de uma morte terrível, ainda que esperada, o reconhecimento do valor da amizade que pode perdurar à partida e o desejo por algum afeto.

A carta seguinte, do filósofo e físico Georg Lichtenberg a um tal G. H. Amelung, também trata da morte, mas dessa vez de sua esposa. É uma descrição lacônica e seca, como o próprio Benjamin nota, de como Lichtenberg conheceu a amada ainda criança. Mais interessante, no entanto, são a primeira e a última frase. A carta se inicia novamente com o tema da amizade: “É isso que eu chamo de verdadeira amizade alemã, meu querido amigo. Receba você mil agradecimentos por pensar em mim”. Já o final interrompe abruptamente a aridez descritiva que marcara toda a missiva, com Lichtenberg simplesmente abandonando-a por ser “impossível seguir” a escrita, tamanha sua desolação pela perda.

Deutsche Menschen traz também outros temas que não somente a morte de entes queridos, ainda que a dimensão da perda pareça ser uma constante. Especialmente interessante é a carta do naturalista e explorador Georg Forster (também amigo de Lichtenberg) a sua esposa, datada de 1793. Nesse caso a introdução de Benjamin é das mais explícitas. Forster está em Paris em seus últimos meses de vida, banido pelo Império Alemão por colaborar com o governo revolucionário francês. Segundo Benjamin, Forster experimentou a “miséria dos intelectuais alemães de seu tempo”, mas seu palco era mais amplo, era a Europa inteira. Por isso mesmo ele teria sido dos poucos a perceber “o que significa a liberdade revolucionária, ou o quão dependente ela é da privação”. Benjamin, então, cita um trecho de outra carta de Forster, que parece inclusive premeditar a própria situação de nosso filósofo em seu exílio nos anos 1930:

Eu não tenho mais um lar, pátria e nem amigos. Todos aqueles que eram próximos de mim me abandonaram para criar outras relações. E quando penso no passado e me sinto ainda unido a alguém é por minha própria escolha, e não por obrigação das circunstâncias. Os giros felizes do destino podem me dar muito, os infelizes nada podem me tirar, exceto a satisfação de escrever essas cartas quando eu não for mais capaz de custear a postagem.

Na carta publicada em Deutsche Menschen Forster procura tranquilizar a esposa, que ficara na Alemanha, sobre a situação francesa e sobre sua própria condição de existência. Ainda que esta seja dramática e precária, o final não deixa de ser alentador e indica claramente aquela condição de liberdade referida por Benjamin:

Estou calmo e preparado para qualquer coisa. Essa é a vantagem de uma situação como a minha: não estar preso a nada e não se preocupar com nada, exceto com algumas poucas roupas. A única coisa desagradável é que devo deixar tudo nas mãos do destino, mas até isso eu faço com satisfação, porque acreditar no destino não é assim tão ruim. Vejo o primeiro verde das plantas com alegria, ele me comove mais do que o branco das flores.

O drama pessoal também se faz presente na última carta do livro, escrita pelo teólogo Franz Overbeck a Friedrich Nietzsche. Benjamin nota que nela lemos uma tentativa de ponderar os “conflitos internos” do grande filósofo e, muito mais do que “uma boa intenção de ajudar”, ela representaria “uma posteridade mais compreensiva”, como escreve em tom enigmático. Datada de março de 1883, a carta se preocupa com o desânimo de Nietzsche, possivelmente demonstrado em trocas anteriores, e resumido da seguinte forma: “tanto seu passado quanto seu futuro te oprimem com extrema escuridão, ambos com efeitos funestos para sua saúde e você não conseguirá mais suportar por muito tempo”. Contudo, logo em seguida Overbeck já procura contemporizar, sugerindo que “em relação ao passado – o seu passado espiritual – você pensa apenas nos erros e infortúnios e não em como você sempre os supera”. É essa a tônica, a ideia de superação, que marca a atitude de Overbeck frente a seu amigo, inclusive enunciando seus feitos mesmo quando estava “a meio gás” e chamando a atenção para como a impressão de que “não haveria mais nada a ser feito” contrariava a própria “nova filosofia” criada por Nietzsche. A única possibilidade para sair da escuridão, Overbeck não hesita em afirmar, é “criar objetivos precisos para sua existência futura”. Como nota o crítico James McFarland, no Frankfurter Zeitung esta carta é a única que possui um título, muito significativamente “Por que ainda fazer alguma coisa?”, uma pergunta de Overbeck a Nietzsche.[6]

Cartas breves em sua maioria, austeras no estilo e abnegadas em termos de conduta, mas ao mesmo tempo marcadas pela necessidade de seguir em frente e preenchidas por profundas zonas de afeto que, às vezes, emergem somente em uma frase. Tais são as cartas alemãs selecionadas por Benjamin e, não por acaso, antecedidas por uma espécie de epigrama que se desvincula de qualquer retórica grandiloquente do Terceiro Reich que o título poderia, dissimuladamente, sugerir:

De honra sem fama

De grandeza sem brilho

De dignidade sem recompensa

Símbolos usados por Benjamin como referências no livro das Passagens. Disponível em: https://www.metamute.org/editorial/articles/not-drop-left

III

Mencionei acima a importância de entender quais seriam as intenções de Benjamin ao publicar estas cartas, primeiro em um jornal e depois em formato de livro. Dois breves textos do autor, preparados para serem lidos em seu programa de rádio, talvez nos auxiliem a encontrar uma resposta. Em 1931 Benjamin redigiu “Cartas alemãs”, que provavelmente antecederia a leitura de um conjunto de correspondências similar àquela que no mesmo ano saía no Frankfurter Zeitung.[7] Diz ele explicitamente: “a intenção desta série é […] revelar os traços de uma ‘Alemanha secreta’ que as pessoas hoje em dia prefeririam muito mais encobrir em névoas pesadas. Porque realmente existe uma Alemanha secreta. Porém seu segredo não é simplesmente a expressão da sua interioridade e profundidade, mas […] o resultado de forças ásperas e brutais que a impediram de desempenhar um papel efetivo na vida pública e condenaram-na a uma [vida] secreta”[8]. E mais à frente escreve que “nenhum desses homens […] jamais em seu trabalho criativo buscou um álibi que pudesse lhe permitir evitar o chamado do dever cívico em uma emergência”. Em outro texto de Benjamin, “Na trilha de velhas cartas”, de 1932, o autor procura dar algumas informações sobre as circunstâncias que o levaram a trabalhar com cartas antigas, principalmente afastando-se da “indústria acadêmica” que sustentava o “culto do escritor como um herói”. Interessa-nos especialmente a última frase do texto: “me agradaria muito se eu tiver sido capaz de convencer vocês que essas publicações não têm intenção de satisfazer nem uma ambição filológica e nem uma dúbia necessidade por cultura, mas ao invés disso pretendem transmitir uma tradição viva”[9].

A relação entre segredo e sobrevivência é fundamental, e talvez já possamos dar nome aos bois e começarmos a visualizar as razões sutis para um conjunto de cartas dos séculos XVIII e XIX precisar ser quase contrabandeado na Alemanha dos anos 1930. Vejamos como Adorno, em seu já citado texto sobre o livro, vê essa questão: “esse volume de cartas se insurge contra o aniquilamento do espírito alemão, inteiramente reduzido ao estado de ideologia pelos nacional-socialistas. Ele se propunha a descobrir uma tradição alemã subterrânea: aquela que não poderia ser anexada pelo nacional-socialismo”. Adorno se refere a essa tradição como “parente próxima da Aufklärung” – que ele próprio buscaria resgatar, junto a Max Horkheimer, alguns anos mais tarde. Já Benjamin, no pequeno prefácio ao livro, situa as cartas no curto período em que “a burguesia defendia suas posições básicas” antes destas “carecerem do espírito em cujo calor cresceram”.

Seja como for, Deutsche Menschen pode ser visto dentro de um programa que ganharia forma mais explícita no derradeiro “Sobre o conceito de história”. Seu horizonte é a disputa pela tradição, em risco em 1931 e já praticamente ocupada pelo nazismo em 1936, e que se anunciaria em 1940 da seguinte forma:

Em cada época, é preciso arrancar a tradição ao conformismo, que quer apoderar-se dela […] O dom de despertar no passado as centelhas da esperança é privilégio exclusivo do historiador convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse inimigo não tem cessado de vencer.[10]

Selos postais desenhados pelo filho de Walter Benjamin, Stefan (1929) [Reproduzido em: Walter Benjamin. Archives. Paris: Musée d’art et d’histoire du Judaïsme, 2011].

IV

Há ainda uma segunda dimensão fundamental em Deutsche Menschen, embora indissociável da primeira. Ela diz respeito à possibilidade de fortalecimento dos vínculos e dos afetos em tempos de naufrágio e da aceleração da ideia de progresso (tema fundamental em “Sobre o conceito de história”). Isso se torna mais claro quando lemos duas dedicatórias escritas pelo próprio autor na ocasião do lançamento do livro. No exemplar oferecido a sua irmã Dora, Benjamin anota: “Esta arca, construída no modelo judeu, para Dora – de Walter, novembro 1936″. Para o amigo Gershom Scholem a mensagem é ainda mais explícita: “Talvez você, Gerhard, encontre uma câmara nesta arca – que eu construí quando o dilúvio fascista começou a crescer – para as memórias da sua infância”[11]. O livro de Benjamin, portanto, foi concebido como uma arca, que é ao mesmo tempo um lugar da memória e da possibilidade de uma frágil utopia.

Creio que podemos conceber na arca/arquivo epistolar de Benjamin um sentido similar àquele oferecido pelo crítico e ensaísta Arcadio Diaz-Quiñones, ao refletir agudamente a partir da gravura da artista porto-riquenha Consuelo Gotay intitulada El Arca de Noé, isto é, não “como um museu com peças belamente restauradas, mas como uma reserva que nos ajuda a pensar e a nos pensar. Um Arquivo como obra em processo, vulnerável, mas aberta a recreações e recomposições que permitam construir relações distintas com o presente”.[12] Essa percepção, assim como o efeito do livro, ficam mais claros quando lemos a reação de Gretel Karplus ao receber o trabalho. Em carta datada de novembro de 1936, a futura Sra. Adorno escreve: “Meu querido Detlef, me deixe lhe agradecer de coração por me enviar seu livro. Você é capaz de saber o que significa para mim neste momento? Um conforto, uma recuperação, isso tudo me parece insuficiente, uma vez que ele ocupa o lugar de uma pessoa viva para mim. Um amigo que me entende, que sabe o que significa sentir-se inteiramente deslocado”.[13] A carta enquanto forma expressiva é fundamental, aliás, pois é ela que permite o fortalecimento da subjetividade justamente em uma época de massificação cultural e predomínio da cultura objetiva.[14]

Implicando um trabalho de memória, o conjunto de cartas de Benjamin recupera uma espécie de pequeno mundo compartilhado, secreto mas ainda vivo, capaz de aproximar aqueles que foram deslocados, dentro ou fora de seu país de origem, física ou intelectualmente, pelo regime nazista.[15] Podemos aqui lembrar de mais uma leitura sobre a Arca de Noé, feita por Susan Stewart, que sugere que “o mundo da arca não é um mundo de nostalgia, mas de antecipação”[16]. Ou seja, o mundo da arca sobrevive mesmo ao apagamento de suas origens e é capaz de, por aquilo que ele traz consigo, criar novos índices, novos começos. É por isso que, apesar da perda e mesmo da desolação pairarem sobre as cartas de Deutsche Menschen, elas sejam capazes de trazer, a contrapelo, fios de esperança – comunicando passado, presente e futuro – que se tecem entre amigos. É por isso também que este livro/arca esquecido de Walter Benjamin deve ser relembrado no momento em que o dilúvio fascista parece retornar e em que a distância se impõe – para que não mais nos deixemos assombrar “com o fato de que os episódios que vivemos no século XX ‘ainda’ sejam possíveis”[17]


[i] Andre Bittencourt é professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e editor do Blog da BVPS.

[1] Eiland, H.; Jennings, M. Walter Benjamin: a critical life. Cambridge/London: Harvard University Press, 2014.

[2] Cf. Gaeta, Antonio C. “Walter Benjamin’s Dwellings”. International Journal of Humanities and Social Science, v. 3, p. 51-59, 2013. A partir de 1934 Benjamin passa a ser pago pelo Instituto para Pesquisa Social, já então sediado nos Estados Unidos, o que lhe garante um mínimo para a sobrevivência.

[3] Scholem, G [Org.]. The Correspondence of Walter Benjamin and Gershom Scholem, 1932-1940. New York: Schocken, 1989.

[4] Utilizo aqui a tradução francesa do texto, usada como Prefácio da tradução de Deutsche Menschen. Allemands: une serie de lettres. Paris: Hachette, 1979.

[5] Na impossibilidade de leitura no original, para a tradução cotejei as versões inglesa, francesa e espanhola, que são muito discrepantes entre si. Personajes alemanes. Barcelona: Ediciones Paidós, 1995.; “German Men and Women”. In: In: Walter Benjamin Selected Writings, v. 3. Michael W. Jennings & Howard Eiland [Ed.]. Cambridge: Harvard University Press, 2002; Allemands: une serie de lettres. Paris: Hachette, 1979.

[6] McFarland, James. Constellation: Friedrich Nietzsche and Walter Benjamin in the now-time of history. New York: Fordham University Press, 2013.

[7] Como notam os organizadores dos Selected writings de Benjamin, apesar do texto falar em cartas de Georg Forster, Holderlin e Johann Seume o teor dos comentários dão a entender que no caso dos dois últimos seriam outras as cartas lidas no programa de rádio. Cf. Walter Benjamin Selected Writings, v. 2, part. 2. Michael W. Jennings, Howard Eiland, and Gary Smith [Ed.]. Cambridge: Harvard University Press, 1999, p. 468.

[8] “German Letters”. In: Walter Benjamin Selected Writings, v. 2, part. 2. Michael W. Jennings, Howard Eiland, and Gary Smith [Ed.]. Cambridge: Harvard University Press, 1999, p. 466.

[9] “On the Trail of Old Letters”. In: Walter Benjamin Selected Writings, v. 2, part. 2. Michael W. Jennings, Howard Eiland, and Gary Smith [Ed.]. Cambridge: Harvard University Press, 1999, p. 557.

[10] “Sobre o conceito de história”. In Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1985. É notável a semelhança dessa passagem com o seguinte trecho da Dialética do esclarecimento: “Não é da conservação do passado, mas de resgatar a esperança passada que se trata”. Adorno, Theodor & Horkheimer, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 15.

[11] Ambas citações são retiradas de McFarland, James. Constellation: Friedrich Nietzsche and Walter Benjamin in the now-time of history. New York: Fordham University Press, 2013, p. 181. Além do trabalho de McFarland, que faz um debate minucioso sobre Deutsche Menschen, remeto o leitor interessado ao artigo de Peter Szondi “Hope in the Past: On Walter Benjamin”. Critical Inquiry, Vol. 4, n. 3, 1978, uma das primeiras apreciações no sentido de contextualizar o livro de Benjamin. Ambos foram fundamentais para as informações trazidas neste ensaio.

[12] “El arca de Noé”. In: Diaz-Quiñones, A. Sobre principios y finales (dos ensayos). San Juan: Fundación Puertorriqueña de las Humanidades, 2016, p. 17.

[13] Karplus, G, apud McFarland, J. Constellation: Friedrich Nietzsche and Walter Benjamin in the now-time of history. New York: Fordham University Press, 2013.

[14] É o próprio Nietzsche quem já lembrava que a troca epistolar permite “que a mesma pessoa [tenha] dez maneiras de exprimir sua alma, conforme escreva a este ou àquele indivíduo”. Humano, demasiado humano. Um livro para espíritos livres. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000.

[15] Esse mesmo sentido parece ter A infância em Berlim por volta de 1900, também publicado originalmente no Frankfurter Zeitung. Em carta ao teólogo socialista Karl Thieme escrita em maio de 1938 Benjamin fala do desejo de transformar os artigos em um livro, mas que talvez fosse difícil convencer um editor a publicá-lo, ainda que “ele tenha algo a dizer para milhares de alemães refugiados”.

[16] apud Diaz-Quiñones, A. A memória rota: Ensaios de cultura e política. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

[17] “Sobre o conceito de história”. In Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1985.

3 comentários

    1. Caro Andre Bittencourt, informo que estou com a primeira edição brasileira (bilingue) de “Deutsche Menschen” praticamente pronta, para lançamento em breve. Se for de interesse, podes me contatar e lhe cedo uma prévia do livro.

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